domingo, 31 de agosto de 2014

Mais um dia de crise.

Hoje a rua está tão fúnebre.
Há tempos eu não sentia vazio,
o vento está mais gélido,
e eu pareço um pedaço de lata,
frio e duro.
Será se ainda consigo chorar?
Será se ainda posso controlar a mim mesmo?
Vejo que isso é para o resto de minha vida.
Se ao menos tiver "resto da vida"
(na verdade minha vida é um resto).
Tão melancólico quanto o choro de um inocente,
isso nem é mais um poema.
Turvas águas escorrem olho a dentro
e este rascunho há dois anos aguarda um findar,
li e percebi que realmente ele está tão eu
que, ofegante letra por letra, em um teclado empoeirado.
"Você sempre esteve em minha mente,
Em todos aqueles solitários momentos",
então espero não decepcionar, pois este,
este é o fim do rascunho.