quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Receita de um poema

Imprescindivelmente tem que ter:
Palavras,
desde que difíceis,
algo que lembre tempo,
tem que ser clichê,
sentimento,
o qual está em auge ou em declínio,
a solução,
que sempre vai estar no final do poema,
mas há quem ouse colocar uma questão no final,
título,
que descreva ou não o poema,
e além de tudo isso,
deve não conter nada disso,
deve (d)escrever apenas você,
o que há.
Deve não ter rima, ou ter.
Deve está ruim, ou bom.
Deve não agradar, ou ser amado.
Deve não ligar para os críticos,
aliás, nem os deveria ter.
Escrever é falar,
monólogo.
Meu texto me ouve e não me interrompe!
Meu texto me aceita como sou,
as decisões que tomei,
a fonte que escolhi,
o assunto que abordei,
o resto é resto, já disse o citador.
Adeus, vou pra pasárgada!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Valsa

Passos.
Lá e Cá,
e sempre em quem pisar.
Pé, vestido. Coração...
Pescoço, mão, cabeça.
Algo mais, se sim e realmente for,
se for amizade, pisa no pé.
No vestido um sorriso,
um falso pisa:
mão, para impecílio;
cabeça, por inveja;
pescoço, para a morte;
coração, por falta de um!
Amigos sorriem juntos,
até quando não se há motivos!
Juntos sempre, juntos em si.
Abraços, de nunca.
Nos vemos como a primeira vez.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Pijama

Nem precisa ser o mais sedoso,
precisa estar na tua pele.
Cheiro, o teu. Isso me basta.
No chão, ou no teto,
teus abraços são que pagam a noite.
Quando te veem, me veem.
Quando me veem, nos veem.
Somos eu e tu, e lembra da tua voz?
Já fui-a.
E você sequer lembra que fomos amigos!
Mas o que basta? O perfume da pele.
Tão natural quanto teu sorriso.
Nem penso em perder-te, pois me perderei sem ti.
Jaz um velho, uma mensagem,
pois não sejamos ele, nem eles,
sejamos nós, apenas um.
É uma opção, dada por nós.
Sê, menina! Sê!
Agora coloca suas cifras, meu caro! Coloca-as!
Estou a musicar meu pensamento,
anseio por seis cordas, as suas.
Amor, estou com saudades, de te abraçar com seu pijama!
Estou com saudades de sermos sós.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Mortis Silent

Se for possível...
é tão escuro, distante de nós.
Quando vemos, não vemos mais.
Seja eu, seja você ou
até o meu pedaço.
Não falo nada, pois não sei
se do lado de lá
através da linha,
há realmente o que se esperava.
Será se volta? Será se vê.
Quem pode nos dá resposta
não pode mais estar!
A corda, a lágrima!

[Título pesquisado no Google Tradutor in latim]

A flecha


recebi uma carta.
várias.
tinham selos, autenticação.
a água passou, passou.
e a carta passou, passou.
onde tá o selo?
passsou!
tristeza e felicidade,
as maiores que tive.
hoje, jaz eu.
sem nada. sem "eu"!