segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Aos olhos amigos

Raras águas que descem aos olhos, prefiro engoli-las,
Ao gosto noturno, diariamente poder degustá-las.
Jantar está servido, mas tu não imaginas que já estou cheio
De tantos desajustes e lágrimas engolidas,
Amigos que vem e que do nada se vão
Palavras ditas, sinônimo de desconfiança
Que franze a sobrancelha esquerda confirma a descrença
De que tudo aqui que eu prometi, não passava de apenas
Palavras dispersas, ditas ao sabor etílico.
Amigos de verdade, isso quero sentir,
Que vindo de você, sempre posso sorrir
Aquele tipo de amigo, que quando a gente chora,
Tenta te fazer rir. Acho que já estão em falta, mas
Que amigos são esses que nos falta? Nossos melhores amigos
Somos nós mesmos, que nas piores situações,
Estão ali, junto de si.
Sou apenas espatifalhos jogados em um quarto,
Sentimentos mortos, entalados na garganta
Sequer posso gritar, sequer posso guardar-me em um guarda-roupa
Pois estou muito sujo, jogado ao chão, frio, congelado.
Sou sucata, velho e desgastado, coração enferrujado,
Corpo quente, espírito morto, alma acabada.
Porque tanta conversa? Diga adeus e siga em frente.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Menino Parado

Gostei do meu jeito olhando para o lado de fora,
buscando tudo a meu alcance, mas a lugar algum chegou,
aquele velho olhar cansado, dormente e pálido,
aos pés, o golpe desleal, onde aquele copo
um dia com veneno, vingou-se em poucos cacos
cuidando agora de um ferimento, a alma satisfeita.

Sonhos cruzados, um garoto em nosso meio, parado.
Só que de parado, não tem nada, só o nome mesmo,
pois quando toca aquela canção, aquela coisa.
Somos no meio, apenas um. De muitos ele escolhe você.
Ela te ama, sim sim! Eu penso que perdi o seu amor.
Ao banho, você sabe que deveria estar feliz.

Aos pés enxugo-te sanguíneo, onde você mesmo desprezou.
Ciúmes sempre causou. Ao rascunho, me pôs a caneta canhota em punho
e me fez falar ao vento, palavras que se vão,
e nunca voltam.
Só de estar em nosso meio, essas palavras de tornam ruins,
pois ao mais suave toque, a resposta ignorada.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Primeiro Texto - Liane Aires

Mavú!
Hoje se faz um dia diferentes dos quais outros, é um dia especial!
Estou desembarcando em uma cidade pacata e simples, se chama Parnaíba.
Acredito que, por aqui eu encontre o que procuro, um verdadeiro amor.
Cidade com pessoas muito humildes, povo acolhedor, é disso que eu preciso.
Sou Liane Aires, escolhida dentre as mulheres, a mais bonita em todo país que vou.
Não sei, mas é o que dizem. Porém não acho que seja verdade...
...todo homem os quais já fiquei, nenhum me deu valor, só queria se envaidecer de minha beleza,
contar ponto a seus amigos, ninguém nunca me quis pra valer.
Hoje sou uma concha, fechada, querendo que alguém queira minha pérola, mas para sempre.
Andando de barco encontrei um pescador, na beira do rio, mexendo em suas tarrafas.
Aquele cheiro de peixe me encantou, pena que ele disse "Madame, quer comprar peixe?"

domingo, 19 de outubro de 2014

A fina arte

Ter-te, é questão de sorte.
Posso pensar-te,
até em outras partes.
Eu tento ouvir-te,
mesmo estando em marte.
Porque para amar-te,
já cheguei aqui!

Posso usurpar-te,
essa é minha arte.
ar, te quero a parte.
porque ao respirar-te,
sempre envenenar-te.

A palavras fortes,
tu terás a sorte,
de antes da morte
denegrir-te, arte.
A arte de degenerar-te.
expor-te ao norte,
sul, pequena parte.

Ao dedo engatar-te.
gemidos suspirar-te,
sem sequer calar-te,
disse, estou a um marte
de poder beijar-te.
A pequena arte,
de desesperar-te,
quero afinar-te,
dedilhar-te a arte,
de te musicar-te,
notas ao descarte.
Em seu baluarte,
princesa, venerar-te,
ensinando achar-te,
direção virar-te,
de pé escolher-te,
não quer conhecer-te,
vira a propria morte,
escolheu-lhe a sorte.

Findo ao corpo em corte,
escolhendo ao porte
da pequena arte,
literalmente em marte,
foi-se a encontrar-te,
com quem procurar-te,
não desapegar-te,
mesmo estando a parte,
ouvindo um vinil.

sábado, 11 de outubro de 2014

Não queira ser minha amiga

Amargosa, tudo o que me cruza o caminho.
Tudo é passageiro, inclusive a vida. A minha é exclusive.
Quando mais quero pegar o bonde, mais o demora.
Mas, más linguas dizem um caso, o caso encurralado
em sua própria casa.

Jogar-me ao pranto, vejo em seca minhas lágrimas,
que descem como pó, e o vento as leva.
A vida é tão tirana, que até o desprazer de enxugar as lágrimas
me tira.
Vida, desvivida. Desgostosa. Destratada. Desistida.

Minha Teresa Cristina, se chama Amargosa,
amante, até na hostilidade.
Afasta-te daqui, melhor opção é desistir.
Quebrar a corrente, a corda vocal que nos há.
Lembra-te das primeiras linhas, as quais atamos.

Ao sono me entregarei, "bipolareando" por todas as notas.
Desafinado soluçar, e em descompasso o travo, nas esperança de engolir,
mesmo que ao pó vier. Findo eu, findo tu.
Verbo sempre nos pertubam, então quando o "vir", diga-o para "vier" até mim.
Sempre a confundir-se, os dois. Caso, e descaso.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Poemo Digitado

Ah, já vi todos os poemas, escrito em linhas.
Somente este tem meu sentimento.
Seu perfume em minhas teclas,
seu sorriso no monitor.
Estou a te esperar, apenas escrevendo.
Pontuo, pontuo. Mas, meu ponto é você.

domingo, 31 de agosto de 2014

Mais um dia de crise.

Hoje a rua está tão fúnebre.
Há tempos eu não sentia vazio,
o vento está mais gélido,
e eu pareço um pedaço de lata,
frio e duro.
Será se ainda consigo chorar?
Será se ainda posso controlar a mim mesmo?
Vejo que isso é para o resto de minha vida.
Se ao menos tiver "resto da vida"
(na verdade minha vida é um resto).
Tão melancólico quanto o choro de um inocente,
isso nem é mais um poema.
Turvas águas escorrem olho a dentro
e este rascunho há dois anos aguarda um findar,
li e percebi que realmente ele está tão eu
que, ofegante letra por letra, em um teclado empoeirado.
"Você sempre esteve em minha mente,
Em todos aqueles solitários momentos",
então espero não decepcionar, pois este,
este é o fim do rascunho.