segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Aos olhos amigos

Raras águas que descem aos olhos, prefiro engoli-las,
Ao gosto noturno, diariamente poder degustá-las.
Jantar está servido, mas tu não imaginas que já estou cheio
De tantos desajustes e lágrimas engolidas,
Amigos que vem e que do nada se vão
Palavras ditas, sinônimo de desconfiança
Que franze a sobrancelha esquerda confirma a descrença
De que tudo aqui que eu prometi, não passava de apenas
Palavras dispersas, ditas ao sabor etílico.
Amigos de verdade, isso quero sentir,
Que vindo de você, sempre posso sorrir
Aquele tipo de amigo, que quando a gente chora,
Tenta te fazer rir. Acho que já estão em falta, mas
Que amigos são esses que nos falta? Nossos melhores amigos
Somos nós mesmos, que nas piores situações,
Estão ali, junto de si.
Sou apenas espatifalhos jogados em um quarto,
Sentimentos mortos, entalados na garganta
Sequer posso gritar, sequer posso guardar-me em um guarda-roupa
Pois estou muito sujo, jogado ao chão, frio, congelado.
Sou sucata, velho e desgastado, coração enferrujado,
Corpo quente, espírito morto, alma acabada.
Porque tanta conversa? Diga adeus e siga em frente.

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